Se comunicar não é só falar: é se reconhecer, se acolher e se permitir ser ouvido(a)

Quando ouvimos a palavra “comunicação”, é natural que a primeira imagem que venha à nossa mente seja a fala. A troca de palavras, a expressão verbal, a construção de frases. Mas a verdade é que comunicar-se vai muito além disso.

Comunicar-se de forma autêntica não é apenas sobre o que você diz para o outro — é, antes de tudo, sobre o que você diz (ou não diz) para si. É sobre se ouvir, se acolher, reconhecer suas próprias emoções, entender suas necessidades e, só então, transformar tudo isso em palavras que criam conexão, e não mais muros.

E talvez, por isso, seja tão desafiador. Porque, muitas vezes, fomos ensinados a calar. A não incomodar. A ser agradáveis. A dizer “sim” quando, por dentro, tudo gritava “não”. Fomos condicionados a priorizar o outro, a buscar aprovação, a nos afastar de quem somos para sermos aceitos.

E, aos poucos, nos desconectamos de nós. Perdemos a nossa voz. E, mais do que isso, deixamos de nos ouvir.


O primeiro passo da comunicação começa dentro

Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas antes de comunicar algo para o outro, você está se comunicando consigo o tempo todo.

Pense em quantas vezes você se percebe dizendo “eu sou muito sensível”, “eu sou difícil”, “ninguém me entende”, “eu não consigo”, “eu sempre estrago tudo”. Essas falas internas moldam não só a forma como você se vê, mas também como você se posiciona no mundo e, consequentemente, como se comunica com os outros.

E aqui mora uma verdade fundamental: se você não se ouve, não se acolhe e não se respeita, dificilmente conseguirá fazer isso nas suas relações.

Por isso, a comunicação não começa na boca. Ela começa no silêncio. No espaço que você cria para olhar para dentro e se perguntar:

  • O que eu estou sentindo agora?
  • O que essa situação despertou em mim?
  • O que eu realmente preciso?
  • Qual é a minha verdade nesse momento?

Essas perguntas são convites para que você se reconecte com você. E, a partir dessa conexão interna, consiga construir diálogos que sejam expressão da sua verdade — e não de condicionamentos, medos ou feridas emocionais.


Falar não é garantia de ser ouvido(a)

Quantas vezes você já se pegou falando, explicando, se esforçando para ser entendido(a) — e, ainda assim, teve a sensação de que ninguém te ouvia de verdade?

Isso acontece porque ser ouvido(a) não depende só das palavras. Depende, sobretudo, da qualidade da sua conexão consigo e com o outro. Quando você fala desconectado(a) de você — sem clareza, sem consciência do que sente e do que precisa —, suas palavras muitas vezes saem carregadas de ruídos: julgamento, acusações, críticas, cobranças ou até silêncios que gritam.

Por outro lado, quando você se escuta de verdade, quando acolhe sua dor, seus medos, seus limites e suas necessidades, sua comunicação se transforma. Ela deixa de ser um campo de batalha e se torna uma ponte. Uma ponte que te leva do isolamento à conexão.

Porque no fundo, é isso que todos nós buscamos: sermos vistos, ouvidos, reconhecidos e amados, exatamente como somos.


O impacto de se calar para si

Se comunicar não é só falar. Mas também não é se calar. E aqui está um ponto delicado.

Muitas pessoas passaram tanto tempo engolindo palavras, desejos, vontades e limites que, hoje, se sentem desconectadas de si. Não sabem mais quem são, o que querem, o que gostam, do que precisam.

E é nesse vazio que surge o cansaço, a exaustão, a ansiedade, a tristeza e aquela sensação de estar vivendo no piloto automático, agradando todo mundo, menos a si.

Quando você se cala para você, você se abandona. E ninguém merece viver uma vida onde precisa se abandonar todos os dias para caber no mundo dos outros.

Por isso, se comunicar também é um ato de autocuidado. É um gesto de amor próprio. É dizer para si: “Eu te vejo. Eu te ouço. Eu te respeito. Eu te honro.”

E, a partir desse lugar, você pode começar a dizer para o mundo: “Aqui estão meus limites. Aqui estão meus desejos. Aqui está minha verdade.”


Se permitir ser ouvido(a) começa em se permitir se ouvir

Existe uma dor muito silenciosa em não se sentir ouvido(a). E ela começa, muitas vezes, na infância, quando nossas emoções foram invalidadas, nossas necessidades ignoradas ou quando aprendemos que expressar o que sentíamos não era seguro.

Mas hoje, você não é mais aquela criança. Hoje, você pode — e merece — aprender uma nova forma de se relacionar consigo e com os outros.

E essa nova forma começa quando você escolhe, todos os dias, se ouvir. Se acolher. Se perguntar:

“O que eu sinto importa.”

“O que eu preciso é válido.”

“A minha verdade merece ser expressa.”

Quando você faz isso, sua energia muda. Sua presença muda. Suas palavras ganham um tom diferente — mais firme, mais amoroso, mais verdadeiro. E, quando você se permite ser verdadeiro(a) consigo, o mundo começa, pouco a pouco, a te ouvir de uma forma diferente também.


Falar também é curar

Falar sobre o que sentimos, expressar nossas necessidades e colocar nossos limites não é apenas uma questão de se comunicar bem. É uma questão de cura.

Cada vez que você rompe o silêncio que te machucava, cada vez que você escolhe a sua voz em vez da sua ausência, você dá um passo rumo a uma vida mais leve, mais livre, mais conectada com quem você realmente é.

E isso não significa falar de qualquer jeito. Significa aprender uma comunicação que seja uma extensão do seu autocuidado. Uma comunicação que seja firme, mas amorosa. Clara, mas empática.

Uma comunicação onde você se reconhece. Se acolhe. Se permite ser ouvido(a) — por você e pelo mundo.


Um convite pra você

Se você sente que está pronta para dar esse passo, saiba que não precisa fazer isso sozinha. A Comunicação Não Violenta é uma ferramenta potente que pode te ajudar a transformar a forma como você se relaciona consigo e com os outros.

E eu estou aqui para caminhar ao seu lado nessa jornada. 💜

Se esse texto fez sentido pra você, te convido a me acompanhar nas redes, a se inscrever no meu grupo VIP no WhatsApp, onde compartilho reflexões, conteúdos exclusivos e novidades sobre meus treinamentos e atendimentos.

Porque se comunicar não é só falar. É se cuidar. É se honrar. É escolher, todos os dias, ser fiel à sua própria verdade.

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Olá! Como vai? Que bom ter você por aqui!

Já já vou te responder.

Enquanto isso me passa seu nome por favor ☺️

Beatriz Setto Godoy